#1 - Pedregulho e Abaeté
Dois edifícios emblemáticos e chamativos, um da Cidade Maravilha e outra da Terra da Garoa.
Ei! Fico muito feliz em saber que assinou a newsletter e isso me alegra bastante!
Vamos lá para a leitura de 5 minutos? Decidi escolher estes prédios pois eu gosto bastante da forma que foram projetados e, para mim, não tem nada melhor que uma fachada que chame muita atenção para quem anda na rua e que destoa do "normal”. Na verdade, o que é considerado "normal” na arquitetura?
Edifício Pedregulho - Rio de Janeiro
O Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Moraes, conhecido popularmente como Pedregulho, foi projetada pelo Affonso Reidy em 1947, a fim de abrigar os funcionários públicos da Distrito Federal da época. O Reidy era uma pessoa bem influente no Rio de Janeiro, tanto que é conhecido por elaborar o Plano Diretor carioca com o Alfred Agache e arquitetado o Aterro do Flamengo.
Situa-se no bairro de São Cristóvão, para ser exato: no morro do Pedregulho, o prédio tem muita influência do Le Corbusier, que vão de tecnologias de construção a estética como as soluções primordiais: o controle de luz e ventilação e o espaço de circulação a fim de tornar-se um espaço coletivo.
Conta com um edifício residencial (bloco A), um para uso misto (B1 e B2) e uma escola (C).
Bloco A - Residencial: Com uma extensão de 260m, possui 272 apartamentos de diferentes tipos, os de apartamentos estilo kitnet na parte inferior do prédio e os de duplex com 1 a 4 quartos na superior e o mezanino fica no meio e é espaço de circulação. E tem uma fachada bem bonita, com porta-sóis na cor azul e o concreto na cor branca apesar da fachada original ter sido inspirada nos edifícios do Parque Guinie, projetados pelo Lucio Costa e é sinuosa pois o arquiteto teve a ideia de ter um edifício que acompanhasse a topografia do morro. E o plus é: ter uma vista belíssima da baia da Guanabara.
Bloco B: São dois blocos, o 1 e o 2, onde existem 56 apartamentos duplex que vão de 2 até 4 dormitórios e é bem simples e bonitinho.
Bloco C: É uma escola, tendo sido pensada para ser um conjunto estilo escola-ginásio-vestiário e ela é todo integrada com as dependências desportivas e possui uma arquitetura ousada, com o teto todo curvado pra dentro, com pilotis para sustentação e as salas ficam para o lado sul, fazendo com que receba mais iluminação natural.
Eu amo TANTO esse conjunto residencial pois segue os princípios do Le Corbusier e tem uma curva tão iconíca, chegando a superar o Copan. Fora que foi projetado pensando em agregar o ambiente todo e ser harmonioso.
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Ed. Abaeté - São Paulo
Esse belíssimo residencial que, na primeira vista, parece um prédio comercial é da autoria do arquiteto santista Abrahao Sanovicz, um discípulo do Villanova Artigas. O desenho foi inspirado nas esculturas moveis do Yacov Agan (que foram expostas na sétima Bienal de São Paulo), da qual você pode ver na fachada, sendo mais especifico, nos brises.
A caixilharia que envolve o prédio todo foi assinado por Luiz Sacilotto, um escultor e no térreo possui um painel do Fabio Fake e as obras que fazem parte do acervo do prédio pertencem ao morador Sidónio Porto que deixou como presente para o prédio. E os pilares do térreo tem um detalhe bem bacana: são vermelhos e dá um contraste com o resto do prédio que é prateado.
Eu particularmente acho tão lindo e tão neutro que deixa o meu coração bem aquecido. Amo prédios assim.
O prédio possui 16 andares, contendo 32 apartamentos (dois por andar) e a altura total é de cerca de 80 metros. O Abataé tem janelas em todos os lados, fazendo com que todos os cómodos recebam iluminação máxima e tem uma entrada neutra.
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Dica de leitura: se for possível, tente comprar ou conseguir uma versão em PDF o livro-guia chamado Guia de Arquitetura de São Paulo. É muito bacana e traz uns edifícios celebres da cidade! Conte-me se comprou/leu e se gostou, tá?
É isso, tenham um ótimo fim-de-semana! Bisous, bisous!